Bruno Fagundes, filho do galã Antonio Fagundes, revelou em entrevista para a Folha de S. Paulo, neste último domingo (29), mais detalhes após revelar sua orientação sexual. O ator confirmou, em janeiro deste ano, o namoro com o também ator Igor Fernandez – os dois já estariam juntos desde meados de 2022.
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“O fato de eu nunca ter falado sobre isso [sexualidade] antes é, talvez, por eu não me sentir seguro o suficiente. Hoje, me sinto. E acho que compartilhar a minha história pode ajudar alguém. Talvez, eu tenha a possibilidade de fazer alguém se compreender melhor. E é por isso que eu faço o que faço. E não à toa estou fazendo uma peça [“A Herança”] que fala sobre um menino que precisa explodir a sua história”, pontuou ele, que construiu o romance com Igor a partir de uma amizade.
Ator diz que já foi julgado por ser gay
Apesar disso e de receber o apoio de familiares, amigos e fãs, o ator de ‘Cara e Coragem’ da TV Globo, diz que já passou por violências por ser gay: “A primeira é que eu já apanhei na rua. Eu tinha mais ou menos 20 anos e estava andando com dois amigos, perto da avenida Paulista. E passaram uns 20 caras que, não sei se faz muito sentido chamar assim, mas seriam skinheads. Eu me lembro de pensar enquanto apanhava: ‘Eu tenho sorte de nenhum deles estar com uma faca na mão ou um canivete'”.
Em outra violência, ele foi indagado, ao vivo, por um repórter se seria homossexual quando tinha 20 anos de idade: “Respondi que não. Voltei para casa e me lembro de vomitar. Foi muito traumático, porque eu não tinha a maturidade que tenho hoje, e aí alguém te expõe dessa forma. É uma violência gratuita”. Uma empresária, inclusive, chegou a dizer que ele dava ‘pinta’ e, por isso, não conseguiria papeis.
Bruno diz que o pai é um aliado
O ator, que já exibe sem medo o romance nas redes sociais, diz que no começo a aceitação dos pais foi complicada, mas que aos poucos eles se entenderam: ” Fácil nunca é. O começo é difícil, porque tem projeção, tem proteção. Eles [os pais] também não sabiam o que fazer [quando foi agredido na rua]. O que você faz? Eu tive a sorte de não morrer. De verdade. Não tem o que um pai ou uma mãe possa fazer a não ser dar amor. E isso eu tenho deles de sobra”.
“E também sei que é uma condição privilegiada. Tem gente que é expulsa de casa, tem gente que é afastada dos seus. E isso é mérito dele [do pai]. Isso é a caminhada dele. Tenho muito orgulho de chamá-lo de aliado. Se ele foi capaz de ser um aliado, qualquer pai pode ser. Todo o mundo tem um caminho interno para fazer, cada um tem a sua questão, tem a sua época, tem a sua geração para lidar, as suas relações estruturantes para redefinir. Se ele fez isso, todos os pais podem fazer”, finalizou ele.
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