Em virtude do aumento expressivo nos casos de Covid-19 no país em meio à quinta onda da pandemia, a Áustria decretou o lockdown após quase dois anos da crise sanitária. Um fator agravante para a tomada dessa decisão consiste na baixa adesão dos austríacos à vacinação da Covid-19.
Desta forma, este é o primeiro decreto de lockdown em meses desde o início da pandemia da Covid-19 em 2020. A medida entrará em vigor a partir da próxima segunda-feira, 22, dias depois do governo austríaco impor um confinamento aos cidadãos não vacinados. De acordo com o chanceler da Áustria, Alexander Schallenberg, o lockdown poderá durar cerca de dez dias.
Também existe a possibilidade de implementar a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 a partir do dia 1º de fevereiro de 2022. Concluído o período em lockdown, o governo irá reavaliar a situação para determinar se um novo confinamento é ou não necessário. “Não queremos uma quinta onda”, disse Schallenberg após um encontro com os governadores.
Com base nas medidas preventivas, os cidadãos austríacos serão orientados a trabalhar em casa, enquanto as lojas essenciais permanecerão fechadas e as escolas abertas para as crianças que necessitam de aprendizado especial. Vários outros países europeus impõem restrições à medida que outros casos aumentam.
O primeiro-ministro da Eslováquia, Eduard Heger, anunciou o lockdown, que tem chamado de confinamento para os não vacinados também a partir da próxima segunda. O governo tcheco também tem limitado o acesso a uma série de serviços, e a Holanda determinou o confinamento parcial no final da semana passada.
Por outro lado, a Alemanha voltou a restringir a circulação de pessoas não vacinadas em áreas com altos índices de internação hospitalar em decorrência da infecção por Covid-19, afetando 12 dos 16 estados do país. Na oportunidade, o diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, Hans Kluge, alertou sobre a chegada de um inverno rigoroso, e culpou a cobertura vacinal por ser insuficiente perante a flexibilização das medidas preventivas junto a propagação da variante Delta, a mais transmissível de todas.
Na última quinta-feira, 18, a revista científica Nature, publicou um estudo no qual relata as mais de 300 mil mortes causadas pelo novo coronavírus em 19 países europeus. A pesquisa aponta que a pandemia é capaz de provocar cerca de um milhão de hospitalizações no continente. Os autores ressaltam que as estimativas são números máximos e que eles se baseiam na suposição de que todas as medidas restritivas tenham sido suspensas, e o contato entre as pessoas tenha voltado livremente ao nível pré-pandemia. Porém, é importante levar em consideração que o estudo não foi revisado.