No momento em que observa uma nova alta de casos de Covid-19, a Itália avalia a possibilidade de tornar obrigatória a vacinação contra a doença no país. A medida pode ser aplicada para algumas categorias de trabalhadores, como acontece nos Estados Unidos.
Até o momento, 83% da população acima de 12 anos completou o esquema vacinal contra a Covid-19 na Itália. Apesar do alto índice, há mais de 7,3 milhões de pessoas no país que não tomaram sequer a primeira dose do imunizante.
“A obrigação vacinal para algumas categorias não é um tabu, e estamos prontos a levá-la em consideração. Vamos ver os dados de vacinação nas próximas semanas, mas desejamos que o senso de responsabilidade prevaleça”, disse hoje (3) o subsecretário do Ministério da Saúde, Andrea Costa, à emissora universitária Rádio Cusano.
Em comparação com o mês passado, o número de novos casos de Covid-19 saltou 38% e a média móvel de 7 dias está atualmente em 4.264 infecções diárias. O número de internações em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) também apresenta tendência de alta. Em contrapartida, a média de óbitos segue estável em menos de 40 por dia.
Itália quer vacinação obrigatória para frear circulação da Covid-19 em larga escala
O governo italiano teme que os mais de 7 milhões de não vacinados permitam que o novo coronavírus siga circulando em larga escala no país.
“Aquilo que protege é a vacina, não o exame. Não é correto que quem se vacinou tenha de se submeter a medidas restritivas por causa de uma minoria que não se vacinou. As escolhas não são muitas: prosseguir com medidas restritivas inclusive para quem se vacinou, introduzir distinções ou estabelecer obrigação vacinal para algumas categorias, como maiores de 50 ou 60 anos ou grupos em contato próximo com o público”, explicou Costa.
Para incentivar a vacinação contra a Covid-19, o governo exige apresentação do chamado “passaporte da vacina”, do certificado de recuperação ou de um teste negativo em praticamente todas as atividades. No entanto, mesmo assim, a vacinação estagnou nas últimas semanas, o que fez com que a obrigatoriedade da imunização voltasse ao centro do debate.