Como diz o ditado, nada dura para sempre. Após 35 semanas consecutivas de avanço, o mercado financeiro reduziu as projeções para a inflação no Brasil em 2021. Os dados fazem parte do relatório Focus, do Banco Central (BC), que traz projeções de mais de cem instituições do mercado financeiro. A divulgação ocorreu nesta segunda-feira (13).
Nesta atualização, a projeção do mercado financeiro recuou 0,13 ponto percentual (p.p). Com isso, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu para 10,05%, quarta semana seguida acima dos 10%. Apesar do recuo, a taxa segue bastante elevada.
Já para 2022, os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a inflação em 5,02%. O resultado ocorre após 20 semanas consecutivas de avanço. Para 2023, a projeção recuou de 3,50% para 3,46%, enquanto teve leve queda de 3,10% para 3,09% para 2024.
Entenda como a inflação é definida no Brasil
A saber, a taxa da inflação é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2021, o órgão definiu a meta da inflação em 3,75%. No entanto, o CMN também tem definido um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Por isso, a meta para a inflação de 2021 é de 3,75% e o intervalo varia de 2,25% a 5,25%.
Isso quer dizer que a inflação poderia chegar até 5,25% no final de 2021 e, mesmo assim, ela não extrapolaria o limite da meta. Contudo, a projeção do mercado para 10,05% supera em quase 5,0 pontos percentuais o limite superior definido pelo CMN.
A propósito, o conselho também define a meta para a inflação de três anos seguidos, alterando os valores caso haja necessidade. A partir disso, o BC deve adotar medidas para alcançar a meta, pois uma inflação estável permite maior crescimento econômico, visto que há redução nas incertezas do país.
Aliás, a inflação é medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em suma, o IPCA, calculado pelo IBGE, é considerado a inflação oficial do Brasil. Inclusive, a inflação acumulada neste ano está em 9,26% e chega a 10,74% nos últimos 12 meses.
Estimativa para o PIB cai e dólar continua subindo
O relatório Focus também reportou que a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2021 caiu pela nona semana seguida, de 4,71% para 4,65%. A estimativa para 2022 também recuou (0,51% para 0,50%), décima queda consecutiva. Já para 2023, a taxa caiu de 1,95% para 2,00%, enquanto recuou de 2,10% para 2,00% para 2024.
O BC também revelou que o mercado financeiro acredita que o dólar encerrará o ano cotado a R$ 5,59, contra R$ 5,56 na semana passada, segunda alta seguida. Para 2022, os analistas mantiveram as estimativas em R$ 5,55, bem como para 2023, em R$ 5,40, e para 2024, em R$ 5,30.
Por fim, não há mais projeções para a taxa básica de juros do país, a Selic, visto que o BC só irá se reunir novamente em fevereiro para definir o indicador. A saber, o BC elevou a taxa Selic em 1,5 ponto percentual na última semana, para 9,25%, maior patamar em mais de quatro anos.
Leia Mais: Barômetros globais têm pouca variação em dezembro, aponta FGV