Dados divulgados neste domingo (24) pelo canal “Globo News” revelaram que um agente da Polícia Militar (PM) foi excluído, licenciado ou perdeu a função a cada três dias por ter cometido algum crime nos últimos oito anos. De acordo com a emissora, os números foram colhidos via Lei de Acesso à Informação e mostraram que, no total, 914 PMs foram afastados dos serviços no período, tendo o ano de 2018 registrado o ápice: 300.
Ainda conforme os números, os dois últimos anos foram os que menos registraram essas ocorrências. Para especialistas, essa queda pode ter acontecido por conta da pandemia da Covid-19.
Números anuais de PMs excluídos, licenciados ou que perderam alguma função por ter cometido algum crime nos últimos oito anos:
- 2014: 122
- 2015: 148
- 2016: 89
- 2017: 141
- 2018: 300
- 2019: 49
- 2020: 32
- 2021: 33
Em entrevista à “Globo News”, Robson Rodrigues, coronel da PM, explicou que em algum aspecto da pandemia pode ter acontecido problemas no processo. “É provável que em algum aspecto da pandemia, não digo do policiamento, que é um serviço que não sofreu descontinuidade, mas na atividade de apoio, pode ter tido problemas no processo”, começa.
“Ou seja, uma diminuição de recursos humanos… Todos os outros crimes que não necessariamente sejam os crimes dolosos contra a vida. É provável que, em algum momento da pandemia, ali atrás, nós tenhamos tido descontinuidade de serviço”, completa o membro da PM.
Principais crimes dos agentes da PM
Segundo os dados apresentados, o crime que mais gerou o afastamento dos agentes da PM foi o de concussão, ocorrido quando alguém obtém vantagem indevida por conta de cargo. Na sequência aparecem os crimes de extorsão e homicídio. Confira:
- concussão – 152
- extorsão – 107
- homicídio – 94
Atualmente, especialistas afirmam que o controle sobre os agentes da PM é pequeno. Neste sentido, eles afirmam que uma das formas para aumentar essa supervisão sobre as atividades policiais é investindo na corregedoria militar.
Esse conselho acontece porque é a corregedoria a responsável por receber e analisar todos os inquéritos policiais militares dos batalhões e outras unidades. Depois da análise do setor, quando é o caso, as investigações são encaminhadas ao Ministério Público estadual.
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