Luis Miranda (DEM-DF), deputado federal, afirmou em entrevista à revista “Veja” neste sábado (23) que está sendo espionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Por conta disso, afirmou ele, a Polícia Federal (PF) será acionada para investigar o caso.
O nome do parlamentar ficou famoso depois que ele e seu irmão, Luis Claudio Miranda, servidor do Ministério da Saúde, foram à CPI da Covid-19 denunciar supostas irregularidades na negociação de compra da vacina indiana Covaxin.
De acordo com ele, as informações foram entregues a Bolsonaro em encontro no Palácio do Planalto, no dia 20 de março, mas o chefe do Executivo não tomou nenhuma atitude. Ainda na entrevista, Luis Miranda disse que foi depois de seu depoimento que passou a ser perseguido e filmado por bolsonaristas em pontos estratégicos do Congresso e em locais frequentados por ele.
Segundo o deputado, uma das filmagens aconteceu enquanto ele chegava em uma reunião. Para o parlamentar, na ocasião, a tentativa era comprovar uma conspiração com os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Omar Aziz (PSD-AM), relator e presidente da CPI da Covid-19, respectivamente, para derrubar o governo.
“Irei entrar com um pedido de investigação por parte da Polícia Federal para saber se eu fui grampeado de forma ilegal, espionado de forma ilegal e até se estavam pretendendo fazer algum mal ou até tirar a minha vida para impedir que eu falasse a verdade. O presidente sabe o que ele falou para mim”, afirmou Miranda na entrevista.
Deputado acredita em envolvimento de Bolsonaro
Ainda durante a reportagem, o deputado confessou que acredita que a espionagem tenha começado a mando do próprio presidente, que “sofreria impeachment no dia seguinte” se ele revelasse a íntegra da conversa entre eles, que ocorreu em março.
“A espionagem só mostra que o presidente desde o início estava tentando encobrir algo que ele sempre teve conhecimento que ocorria dentro do Ministério da Saúde”, finalizou o deputado durante a reportagem.
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