O INSS vai começar a realizar as telemedicinas para tentar reduzir a fila de perícias médicas no instituto? Não, se depender das entidades que representam os trabalhadores da classe. Um dia depois de ventilar essas possibilidade, o INSS recebeu muitas críticas.
Aliás, a maior dessas críticas veio da Associação Nacional de Médicos Peritos (ANMP). É a mesma associação que está se negando a voltar ao trabalho presencial no ritmo do INSS. Agora, eles afirmam que nenhum perito vai participar da perícia por telemedicina.
A ANMP argumenta que essa não seria uma solução para o problema. É que a ideia só atingiria cerca de 10% de todas as pessoas que estão neste momento na fila de espera. De fato, não são todos os cidadãos que poderiam participar da teleperícia.
O INSS limitou essa possibilidade apenas para os trabalhadores que fazem parte de empresas que tenham convênio com o Instituto. Ou seja, grandes empresas que disponham de seus próprios médicos do trabalho. Dessa forma, esses médicos também participariam da perícia.
Funcionaria assim: de um lado da linha estariam a pessoa que pediu o auxílio doença junto com o médico do trabalho de sua empresa. Do outro lado da linha estaria o perito do INSS. Esse último daria o veredito final sobre as condições de saúde do cidadão.
E esse é um ponto que também irritou a Associação Nacional de Medicina do Trabalho. Em nota, a associação afirmou que esse tipo de situação estaria fora das definições do trabalho desses profissionais. Eles argumentaram que os médicos do trabalho existem para cuidar da saúde dos trabalhadores, e não para realizar perícias.
Telemedicina no INSS
Mas o fato é que o INSS precisa apresentar um plano para a telemedicina. É que isso é uma ordem do Tribunal de Contas da União (TCU). Vale lembrar, aliás, que o ministro Bruno Dantas deu um prazo de cinco dias para que o INSS apresentasse uma proposta para essa modalidade de perícia.
O INSS apresentou essa proposta e afirmou que a ideia é começar esses trabalhos já no próximo dia 3 de novembro. Essa primeira fase de testes, aliás, iria até o dia 31 de dezembro. Ainda de acordo com o INSS, cerca de 700 mil pessoas estão aguardando perícia para auxílio doença neste momento no Brasil.