Nesta terça-feira, dia 1, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em evento organizado em Foz do Iguaçu, falou mais uma vez sobre o fim do auxílio emergencial. As afirmações de Bolsonaro corroboram as expectativas do Ministério da Economia, encabeçado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Nada mais dignifica o homem do que o trabalho, é o que nós precisamos. Temos internamente os nossos problemas, ajudamos o povo do Brasil com alguns projetos, por ocasião da pandemia. Você [Benítez] fez o mesmo no Paraguai, aqui do lado. Alguns querem perpetuar tais benefícios, ninguém vive dessa forma, é o caminho certo para o insucesso”, disse Bolsonaro sobre o auxílio emergencial em fala ao presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez.
Servidores do Ministério da Economia consideram prorrogação do auxílio emergencial como certa
Internos do Ministério da Economia, no entanto, negam possibilidade de término do auxílio emergencial. Pois, segundo eles, não há substituto para suprir a lacuna que o fim do benefício criaria. O rombo seria ainda pior em razão do não andamento do projeto substituto do Bolsa Família, intitulado pelo governo federal de “Renda Brasil”.
O auxílio emergencial consistiu a princípio em R$ 1.200 reais pagos em duas parcelas de R$ 600 reais. Em seguida, o benefício foi reduzido pela metade e ficou então em R$ 600 reais, pagos em duas parcelas de R$ 300, das quais a segunda e última será neste mês de dezembro.
No entanto, fala de Bolsonaro acontece na semana em que uma nova intensificação da pandemia fica claro em alguns estados. Na última segunda-feira, dia 30, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), anunciou um recuo na abertura do estado.
Além disso, a vacina de fato ficará para o ano que vem, sem previsões exatas até o momento. As incertezas são ainda maiores, pois o Ministério da Saúde ainda não apresentou um plano de vacinação nacional.
Diante desse panorama, no qual o estado mais atingido pela pandemia, São Paulo, retoma a redução de funcionamento do comércio, o fechamento de teatros e cinemas e outras medidas como o isolamento social, suspender o auxílio emergencial pode ser uma atitude temerosa, para não dizer irresponsável, do presidente Jair Bolsonaro.