O Auxílio Brasil, programa social em execução desde novembro de 2021, que proporciona transferência de renda para famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, deve movimentar a economia do país ao longo deste ano.
A saber, o programa deve injetar pelo menos R$ 84 bilhões na economia em 2022.
Diante deste cenário, estima-se que as famílias deverão gastar 70% desse valor na compra de produtos de consumo imediato, tais como alimentos, medicamentos e transporte, um percentual que corresponde a R$ 59,16 bilhões.
Auxílio Brasil e o consumo
As estimativas citadas são de um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Do valor total destinado ao consumo imediato, R$ 28,04 bilhões deverá ser gasto no setor de varejo e outros R$ 31,12 bilhões no setor de serviço.
A outra parte dos R$ 84 bilhões será destinada ao pagamento de dívidas e à poupança. A estimativa do estudo é de que 25,74%, ou seja, R$ 21,62 bilhões, serão usados por quem está devendo para quitar ou abater dívidas. E uma parte menor dos recursos, 3,83%, que são R$ 3,21 bilhões, serão poupados para consumo futuro.
“Diante do avanço no grau de endividamento da população, a tendência é que uma parcela significativa seja direcionada para a redução do endividamento”, registra o estudo da CNC.
O documento cita o indicador do Banco Central do Brasil de que no terceiro trimestre de 2021, 30,3% da renda média dos brasileiros estava comprometida com dívidas.
Para calcular o valor que o Auxílio Brasil vai injetar na economia em 2022, o estudo da CNC levou em consideração o pagamento do benefício no valor mínimo de R$ 400 ao total de famílias beneficiadas.
Número recorde no programa social
De acordo com o Ministério da Cidadania, 3 milhões de famílias foram incluídas neste ano, zerando a fila do programa e aumentando para 17,5 milhões o total de beneficiários atendidos. Esse é o maior patamar já registrado, segundo o governo.
“Estamos fortalecendo cada vez mais as políticas de transferência de renda. Então, tem todo um suporte a esses brasileiros que podem, através disso, inclusive servir de sustentação para uma economia que precisa, sim, cada vez mais aquecer, retomar a estrutura para gerar emprego e fazer com o que o Brasil avance cada vez mais”, disse o ministro da Cidadania, João Roma.
O tíquete mínimo que cada um dos beneficiários recebe é de R$ 400 e o valor médio a ser repassado às famílias, segundo a folha de pagamento do programa para janeiro, chega a R$ 407,54.
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